O Papel da Comunidade Cristã na Politica nos Tempos Atuais 

As Escrituras registram a liderança política de grandes personagens bíblicos, entre eles, José como governador do Egito (At 7.10) e Ester como a rainha da Pérsia e da Média (Et 5.2). 

Passagens

A Ética Cristã e Política

As Escrituras registram a liderança política de grandes personagens bíblicos, entre eles, José como governador do Egito (At 7.10) e Ester como a rainha da Pérsia e da Média (Et 5.2). 

Contudo, apesar desses exemplos, por muitas décadas a política foi satanizada no meio evangélico.

Como resultado, a Igreja permitiu com sua omissão, que o Poder Público fosse exercido por ateus, ímpios e imorais. 

Pela inexistência de consciência política, os evangélicos se resignavam em votar no candidato “menos pior”.

Esse comportamento desastroso contribuiu com a eleição, por exemplo, de governos formados por “feministas radicais”, “defensores da imoralidade”, “articuladores pró-aborto”, “manipuladores de dados” e “opositores da liberdade religiosa”. 

Porém, diante do cerceamento de algumas liberdades, a Igreja passou a despertar para a realidade política.

As mudanças e as transformações sociais passam pelo processo político.

Por que então não eleger candidatos que reproduzam a moral e a ética cristã?

Por que não apoiar políticos que rejeitam as leis contrárias aos princípios cristãos? 

Para que isso seja possível, faz-se necessário que a Igreja amadureça e desfrute de “consciência política”. 

A Igreja deve ser educada e alertada sobre as questões debatidas em todas as esferas dos poderes constituídos.

Essa conscientização tem florescido em muitas igrejas, e os evangélicos, antes marginalizados pelos políticos, começaram a experimentar o poder do voto nas urnas.

Mercê dessa realidade, um movimento cada vez maior acredita que é possível moralizar o poder público, substituindo os políticos corruptos por políticos cristãos e conservadores. 

Em contrapartida, para vencer suas batalhas, a Igreja não depende exclusivamente da força política, embora não deva subestimá-la ou negligenciá-la. 

É a presença da Igreja de Cristo na sociedade que detém a espada do juízo divino sobre os cidadãos da terra.

As advertências bíblicas sobre o papel do povo de Deus na restauração da nação incluem clamor e consagração (2 Cr 7.14).

I. CONCEITO GERAL DE POLÍTICA

A conotação do termo política é muito abrangente. Envolve as formas de governo e o Estado. 

A palavra é carregada de significados e também está relacionada ao cidadão. Indica não apenas os procedimentos de governar e organizar o Estado, mas também os direitos e deveres do cidadão em participar, concordar ou discordar do governo. Basicamente, são “gestos,

decisões e movimentos dirigidos para o exercício do poder” (BOMENY, 2014, p. 55).

1. Origem e Conceito de Política

A política nasceu na Grécia Antiga como a “ciência ou arte de governar”. 

O surgimento da pólis (cidade-estado) constituída por um aglomerado de cidadãos livres, que abrangia toda a vida pública e social, despertou a necessidade de como deveria ser governada a pólis. 

O filósofo grego Platão é considerado o pai da política. 

A obra intitulada República (380 a.C.), escrita por ele, foi a primeira a tratar de forma de governo, dos papéis e da conduta do Estado.

2. As Formas de Governo

O filósofo Aristóteles (384-322 a.C.) dividiu a organização do Estado em três formas: monarquia — poder centrado em uma pessoa; aristocracia — poder centrado em um grupo; e democracia — poder centrado na maioria. 

Para Aristóteles, um bom governo deve visar ao bem comum e ao interesse da coletividade, e isso não depende do número de pessoas que exercem o poder ou se elas possuem ou não capacidade adequada.

Não obstante, o filósofo advertiu que toda forma de governo pode ser corrompida: a monarquia pode degenerar em tirania (interesse próprio); a aristocracia pode degenerar em oligarquia (interesse de um grupo); e a democracia pode degenerar em demagogia (interesse de uma ideologia).

Nicolau Maquiavel (1469-1527), italiano famoso da época do Renascimento, classificou as formas de governo em República e Monarquia. 

A República classifica-se em “presidencial”, em que o presidente ocupa a função de Chefe de Estado e Chefe de Governo, e a “parlamentar”, em que as funções são divididas, ficando o presidente com a função de Chefe de Estado e o Conselho de Ministros com a chefia de governo. 

O modelo brasileiro é República Presidencial.

O governo brasileiro

A colonização do Brasil ocorreu por meio das capitanias hereditárias, que consistia em doze porções de terra às margens do nosso litoral. 

Esse sistema de governança não prosperou, pois as medidas dos donatários eram independentes entre si e visavam apenas ao lucro próprio. 

Nesse período, o Brasil era colônia de Portugal. Com a vinda de D. João VI ao Brasil (1808), instalou-se no país o governo monárquico.

Anos mais tarde, D. João VI retornou a Portugal e deixou seu filho, D. Pedro, como príncipe regente.

Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro proclamou a independência, adotando o nome de “Imperio do Brazil”, dando continuidade à monarquia. 

Décadas depois, em 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca e seus apoiadores

assumiram o poder, e a partir de então o Brasil tornou-se uma república. 

O novo governo adotou o sistema presidencialista. Embora esse seja o nosso sistema preponderante, houve um período de parlamentarismo (1961-1963).

Ainda, em 1993 foi realizado um plebiscito para que a população escolhesse entre “presidencialismo” ou “parlamentarismo”. 

Com 55,4% dos votos válidos, os cidadãos brasileiros escolheram o presidencialismo. Nesse governo, a República (SILVA, 2005, p. 102).

3. O Estado e a Política

O Estado tem como função garantir, por meio de políticas públicas, as condições necessárias para a vida digna de uma determinada sociedade.

Nesse contexto, a obrigação do Estado depende da forma de governo e das leis que regulamentam os deveres e os direitos dos cidadãos e de seus governantes. 

Desse modo, o exercício do poder político legítimo é uma atividade própria do Estado.

O Estado brasileiro

No dia 5 de outubro de 1988 foi promulgada em nosso país a Constituição da República em vigor, a denominada “constituição cidadã”. 

Nesse documento político-jurídico estão asseguradas garantias aos cidadãos brasileiros. 

No artigo terceiro, o texto constitucional apresenta seus objetivos, que são:

(I) “construir uma sociedade livre, justa e solidária”, 

(II) “garantir o desenvolvimento nacional”. Nossa teoria está perfeita, porém, na prática, o Brasil não observa a própria constituição.

Por exemplo, o governo gastou mais de 25 bilhões de reais na organização da Copa do Mundo (BRANDÃO, dez. 2014), entretanto, o investimento com saneamento básico nesse mesmo período nem sequer chegou à metade desse capital (BARBOSA, jul. 2016);

(III) “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”. 

Ao contrário desse preceito, conforme dados do Banco Mundial, o número de pessoas vivendo na pobreza no Brasil deverá aumentar entre 2,5 milhões e 3,6 milhões até o fim de 2017 (WELLE, Fev. 2017). 

Em contrapartida, calcula-se que o Brasil perverta cerca de R$ 200 bilhões com corrupção anualmente (LEOPOLDO, Fev. 2017).

Sem dúvida alguma, esse dinheiro ampararia as famílias carentes e pobres de nossa pátria;

(IV) “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. 

Apesar da clareza do texto constitucional, as últimas legislaturas no âmbito federal, por razões ideológicas, incitaram em nosso país uma intolerância aos que pensam de modo diferente. 

O objetivo do Estado é promover “o bem de todos”; não obstante, os cristãos que se posicionam contrários à prática do aborto.

Á legalização da maconha e jogos de azar ou ao casamento homoafetivo são discriminados, por parcela de representantes do poder público, como sendo “homofóbicos”, “fascistas”, “intolerantes” e outros termos depreciativos.

Essa conduta caracteriza o desvirtuamento da intenção constitucional.

4. O Estado e a Bíblia

O Novo Testamento retrata o Estado como instrumento ordenado por Deus (Rm 13.1). 

Os que resistem ao Estado resistem a Deus (Rm 13.2). O Estado é servo do Altíssimo para aplicar a justiça (Rm 13.4).

O Estado não é problema para os que fazem o bem, apenas para os que fazem o mal (Rm 13.4).

É licito pagar tributos e impostos ao Estado (Rm 13.6,7). 

O Estado deve louvar aquele que faz o bem (1 Pe 2.14), e o cristão deve orar pelas autoridades que constituem o Estado (1 Tm 2.2).

Os deveres do cristão É fato que o cristão também é um cidadão e, portanto, sujeito aos deveres e direitos inerentes à sua cidadania.

Todavia, o Estado e a Igreja possuem papéis diferentes, e o cristão possui responsabilidade para com ambos, segundo as palavras de Cristo: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus” (Lc 20.25). 

O apóstolo Paulo enfatiza a submissão e a cooperação dos crentes às autoridades constituídas. As Escrituras declaram que toda autoridade humana é derivada da autoridade de Deus e que ninguém deve rebelar-se contra quem Deus constituiu (Rm 13.1,2).

Porém, com respeito a essa afirmação paulina, para dirimir dúvidas, convém esclarecer que os deveres do cristão para com o Estado não implicam uma submissão absoluta, acrítica ou incondicional. 

Temos o dever de respeitar e cumprir as leis, pagar impostos e tributos, honrar, amar e interceder pelas autoridades.

De outro lado, requer-se que o Estado não seja totalitário, antibíblico, anarquista, imoral ou antiético. 

Quando as vontades do Estado emanadas por suas leis e a vontade divina revelada nas Escrituras entram em conflito, “mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29).

O cristão deve exercer sua cidadania com temor e tremor, ciente de seus direitos e deveres.

Apesar disso, a verdade cristã não pode ser relativizada para acomodar-se aos ditames de um Estado ateu ou anticristão.

Bibliografia: Valores Cristãos Enfrentando as Questões Morais do Nosso Tempo

Autor: Douglas Baptista

Estudos Bíblicos Mais Lidos

  1. Monte das Oliveiras o Lugar preferido de Jesus
  2. Como será o ARREBATAMENTO segundo os Textos Sagrados
  3. Quais os 3 Tipos de Fé que agrada a Deus?
  4. Significado dos Símbolos e Tipos da Bíblia Sagrada
  5. Jesus, o Verdadeiro Pastor e Evangelista da História
  6. Como o Cristão Deve se Posicionar Diante da Polarização Política

Quer Aprender A Pregar e Elaborar Sermões com Total Facilidade?>>>Clique Aqui<<<

Sobre o autor | Website

Estudando a Palavra de Deus Ajudando o Corpo de Cristo crescer em Conhecimento e União, através dos Ensinamentos da Bíblia Sagrada Nosso Alvo: A Eternidade com Cristo

Para enviar seu comentário, preencha os campos abaixo:

Deixe um comentário

*

Seja o primeiro a comentar!

Por gentileza, se deseja alterar o arquivo do rodapé,
entre em contato com o suporte.
A Luz da Palavra - 2023_ Todos os Direitos Reservados

Este site usa cookies e outras tecnologias similares para lembrar e entender como você usa nosso site, analisar seu uso de nossos produtos e serviços, ajudar com nossos esforços de marketing e fornecer conteúdo de terceiros. Leia mais em Política de Cookies e Privacidade.